sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Guerras Napoleónicas

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Topo: Batalha de Austerlitz

Guerras Napoleônicas

 é a designação do conflito armado que se estendeu de 1803 a 1815, opondo a quase totalidade das nações da Europa a Napoleão Bonaparte, herdeiro da Revolução Francesa e ditador militar.
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Abaixo: Batalha de Waterloo
Napoleão chegou ao poder como 1 °Cônsul (1799) vindo a ser coroado imperador da França, em 1804, sob o título de Napoleão I. A partir de 1807 conduziu o governo sem atender aos Corpos Legislativos e com características autoritárias, imperiais e expansionistas.
As guerras, a princípio localizadas como conflitos entre soberanos, tornaram-se guerras nacionais a partir da resistência popular de Espanha e Portugal(Guerra Peninsular) aos invasores napoleónicos. Com o apoio da Grã-Bretanha, as nações europeias, derrotadas em sucessivas coligações, acabaram por se impor a Napoleão na Batalha de Waterloo (1815) e forçaram o imperador francês ao exílio.
Guerras NapoleônicasAs Guerras Napoleônicas foram grandes batalhas que sacudiram a Europa durante o período em que Napoleão Bonaparte esteve no poder da França.

A Burguesia Francesa havia tomado o poder das mãos do Rei Luís XVI que foi acudido pelas monarquias europeias.

A “Revolução Francesa” deu inicio a Idade Contemporânea, e junto com ela nasceu uma guerra de Ideologias.

De um lado estava os franceses com suas ideias de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade“. Do outro estava os Monarcas Europeus com suas praticas feudalistas.

Primeira Coalizão

Os Reis da Áustria, Inglaterra, Prússia, Espanha e Países Baixos iniciaram uma guerra contras a França com o objetivo de botar o Rei Luís XVI novamente no trono francês e aniquilar com a Revolução Francesa.-Em 1796 a figura de Napoleão Bonaparte surgiu na História, foi confiado a ele o comando das tropas francesas que lutaram contra o exército austríaco na região italiana. Os austríacos foram derrotados e tiveram que assinar o “Tratado de Campoformio” que dava a França partes do território italiano.

Segunda Coalizão

Em 1798 as Monarquias Europeias se uniram novamente para derrotar a França. Desta vez a coligação foi formada por Inglaterra, Rússia, Áustria, Portugal, Reino de Nápoles e o Império Turco. Os coligados foram derrotados novamente.

A Campanha do Egito

Em 1798, Napoleão comandou uma expedição que foi para o Egito com o objetivo de destruir as forças inglesas no oriente. Cerca de 50 navios de guerra levaram 36 mil soldados franceses que desembarcaram na Alexandria do Egito. Os turcos que controlavam a região lutaram contra os franceses em 21 de Julho na Batalha das Pirâmides.
Napoleão conseguiu vencer os turcos, porém, um comboio de Navios Ingleses comandado pelo “Almirante Nelson”, destruiu a Armada Francesa. Sem alternativas o exercito francês invadiu a Síria. No território sírio o exercito francês foi contagiado por uma peste, muitos soldados ficaram doentes. Napoleão Bonaparte com metade de suas tropa inicial, fez uma longa viagem de volta para a França com a decisão de salvar a Republica que estava numa crise interna (Governo do Diretorio).

O restante dos soldados ficaram no Egito e la formaram uma base francesa. Chegando no seu país Napoleão deu o golpe de “18 de Brumario” e instalou o regime do Consulado.

Em 1799 o General Françês André Massena que ficou encarregado de lutar contra os Coligados russos, teve sucesso na batalha tirando a Rússia da coligação. Os Austríacos foram vencidos na “Batalha de Merengo“, renderam-se e assinaram o “Tratado de Lunevielle” em 1801, acabando com a Segunda Coalizão.Este tratado reconhecia a fundação das republicas Batava, Cisalpina, Helvética e Ligúria. A Inglaterra com seus aliados derrotados, sem alternativas teve que assinar “Paz de Amiens” em 1802.

Em 1804 Napoleão tornou-se Imperador da França. Ele estava ciente de que as nações absolutistas não desistiriam de derrotar a França Revolucionaria, e por isso ele tomou a iniciativa das lutas.

Terceira Coalizão

Em 1804 a Inglaterra não querendo abrir mão de suas colônias, quebrou o acordo do tratado de Paz de Amiens. Os ingleses continuaram a lutar contra Napoleão objetivando a destruição da economia francesa. A Inglaterra uniu-se novamente aos Reis da Áustria, Prússia e Rússia.

Estes Reis estavam com medo de que a onda republicana francesa acabassem com a figura real juntamente com as monarquias. No inicio das lutas, a Áustria foi derrotada na “Batalha de Ulm”, e assinou o Tratado de Presburgo, em seguida foi a vez da Rússia do Czar Alexandre I e seus exércitos saírem derrotados na “Batalha de Austerlitz”.

Em 1805, o Imperador Francês ordenou que as Forças Navais Franco-Espanholas invadissem a Inglaterra. Milhares de navios de guerra foram em direção a ilha da Grã-Bretanha, porém, foram impedidos de seguirem caminho na região de Trafalgar.Os ingleses travaram um espectacular combate naval contra os franco-espanhóis que foram derrotados pela esquadra naval britânica. A Inglaterra conseguiu impor sua hegemonia nos mares e Napoleão frustrou-se com a ideia de invadir a Inglaterra.

Napoleão percebeu que seria muito difícil entrar em solo inglês e derrotar a Inglaterra. Ele então elaborou um novo plano, destruiria a economia inglesa através de um bloqueio econômico denominado “Bloqueio Continental”.

Enquanto isso no solo europeu, a presença dos franceses no território germânico não foi aceita pelo Rei Prussiano que declarou guerra contra Napoleão. a Prússia de Frederico Guilherme III foi derrotada na “Batalha de Jena” em 14 de Outubro de 1806, no entanto, Guilherme III conseguiu manter-se no poder. Prússia e Áustria foram dominadas e tiveram que romper relações com a Inglaterra acatando assim o Bloqueio Continental.

Quarta Coalizão

As monarquias da Inglaterra e da Rússia não aceitando as derrotas anteriores decidiram continuar lutando contra a França. Os russos foram novamente derrotados desta vez em Friedland. Outra vez a Inglaterra ficou sozinha contra o poderoso exército francês.

A Guerra da Peninsula Iberica

O Império Francês que contava com o apoio do Governo espanhol tentava persuadir o Reino de Portugal para que se juntasse a eles no objetivo de cumprir o Bloqueio Continental e lutar contra a Inglaterra.

O Governo Português que tinha grandes laços comerciais com os ingleses não acatou a ordem de Napoleão. O representante de Portugal, o Príncipe Dom João fugiu para o Brasil com toda a corte lusitana para preservar a Família Real Portuguesa, logo após isso, Portugal foi invadido pelos franceses.

Depois de algumas manobras politicas, Napoleão tomou o controle da Espanha e entregou para o seu irmão, José Bonaparte.

Diante disso começaram a surgir revoltas populares contra a ocupação francesa na Região Ibérica, espanhóis e portugueses apoiados pelos ingleses começaram a lutar contra os franceses usando taticas de guerrilhas. Boa parte do contingente militar francês, acostumado a vencer batalhas em campo aberto, era alvejado constantemente por emboscadas feitas pelos guerrilheiros ibéricos.

Quinta Coalizão

Após vencer a Quarta coligação, O Império Francês chegava o seu apogeu ocupando regiões que iam da Península Ibérica a Prússia, praticamente toda a Europa. Apenas a Rússia e Inglaterra não estavam ocupadas militarmente pela França. Em contrapartida, o Império Napoleônico sofria sérios problemas, ouve insurreições das populações da península ibérica que não aceitavam a presença francesa na região. Aproveitando-se disso os Ingleses fizeram a Quinta Coalizão em 1809 contando com a ajuda da Rússia e da Áustria.

Incistidamente os austríacos tentavam vencer a França, para resolver o problema após vencer de novo as Forças Austríacas, Napoleão desposou uma princesa austríaca como forma de fazer os austríacos seu suditos deixando assim de lutar contra a França.

A Campanha da Russia

Com a teimosinha do Czar Alexandre I em aniquilar o ideal republicano na Europa e por colaborar com os ingleses, Napoleão decide invadir a Rússia em 1912. Cerca de 1/2 milhão de soldados do Império Francês cruzaram as fronteiras da Rússia.

A Invasão da Rússia tornou-se desastrosa, pois os franceses fizeram uma longa viagem sem terem suprimentos suficientes para a sua sobrevivência.

Os franceses foram em direção a capital russa de Moscou, confiantes que conseguiriam suprimentos, não foi o que aconteceu, Moscou estava em chamas com nada que se aproveitasse. Na verdade esta foi uma estratagema organizada pelos generais russos que queriam enfraquecer o exercito napoleônico pelo cansaço e pela fome.
Finalmente franceses e russos lutaram na “Batalha de Borodino” que tornou-se a mais sangrenta das batalhas da Era Napoleônica. Mesmo com o cansaço e fome os franceses venceram a luta, porem os russos já haviam reabastecido suas linhas de combate e os franceses perdidos boa parte de seu contingente inicial nesta batalha. Depois de passar algumas semanas nas regiões próximas a Moscou, Napoleão com seu exército desgastado, fez um retorno desesperado para a capital francesa.

Em 4 de Novembro 1812, enquanto retornavam para a França os franceses foram castigados pelo rigoroso inverno russo. Soldados do Império Francês morriam aos milhares somando a isto, os ataques de Flanco que os Russos faziam.

Como ultimo castigo os franceses foram encurralados pelo exército russo em uma ponte no Rio Berezina. Napoleão decidiu construir uma nova ponte as pressas a alguns quilômetros de distancia, escapando da armadilha russa.
A Invasão da Rússia foi um grande sofrimento para o temível exército de Napoleão, cerca 530 mil soldados morreram somente um numero aproximado de 25 mil soldados retornaram para a França.

A Sexta Coalizão: A Batalha de Leipzig

A Inglaterra estava consciente que era o momento certo para derrotar definitivamente a França e convocou novamente as monarquias europeias para a ultima e decisiva luta contra Napoleão em 1813, na “Batalha Leipzig”.

Incrivelmente o temido exercito francês foi facilmente derrotado.

Enfrentando rebeliões em todos cantos que ocupava na Europa, o Império Françês estava desmoronando, as Forças Absolutistas já estavam em solo françês destruindo a França Republicana.

Sem alternativas Napoleão assinou o Tratado de Fotaineableau, onde se comprometia se retirar do governo francês e exila-se na Ilha de Elba.

O Governo dos 100 Dias e a Batalha de Warteloo

Napoleão conseguiu escapar do seu exílio e voltou novamente ao poder da França com o apoio do
povo francês. Luís XVIII fugiu as pressas temendo o grande gênio militar de Napoleão.Em 18 de Junho de 1815 na região Belga próxima a Vila de Warterloo, o exército francês já traumatizado por penosas guerras e sem seus experientes soldados de outrora, lutou contra as Forças Absolutistas.

Dias antes, Napoleão já havia derrotado o exército prussiano. Para conseguir seu objetivo de vencer os absolutistas e fazer eles assinarem um armisticio, Napoleão teria que derrotar o exército principal da Sétima coligação liderado pela Inglaterra.

Contando com cerca de 75 mil homens Napoleão travou uma batalha que representava a sobrevivência da Império Francês e sua politica republicana.

A Jovem Guarda Imperial sem experiência foi vencida com facilidade pelos exércitos inimigos. Somente a Velha Guarda Imperial, a Elite de Napoleão, lutava com grande atuação contra um numero maior de inimigos.

Todos temiam a Elite Guerreira de Napoleão, apenas um contingente belga de soldados coligados que antes lutavam pela França, conseguiram vencer a Velha Guarda de Napoleão e terminar com a luta.

O Império Francês chegava ao seu fim definitivamente, e Napoleão exilado novamente, desta vez na Ilha de Santa Helena na África. O Imperador Francês morreu nesta ilha em 1821.

Napoleão Bonaparte formou um dos melhores exércitos da História, muitos que lutaram pela França Imperial tinham orgulho de ser um Soldado Napoleônico.

Ao contrario dos líderes dos exércitos absolutistas que eram nobres da realeza, os comandantes franceses conquistavam o posto de oficial no campo de batalha ,vivendo as glórias e as dores de uma luta.
Queda da Bastilha em 14 de julho de 1789.
Revolução Francesa (em francêsRévolution Française, 1789-1799) foi um período de intensa agitação política e social na França, que teve um impacto duradouro na história do país e, mais amplamente, em todo o continente europeu. A monarquia absolutista que tinha governado a nação durante séculos entrou em colapso em apenas três anos. A sociedade francesa passou por uma transformação épica, quando privilégios feudaisaristocráticos e religiosos evaporaram-se sob um ataque sustentado de grupos políticos radicais de esquerda, das massas nas ruas e de camponeses na região rural do país. Antigos ideais da tradição e da hierarquia de monarcas, aristocratas e da Igreja Católica foram abruptamente derrubados pelos novos princípios de Liberté, Égalité, Fraternité (em portuguêsliberdade, igualdade e fraternidade). As casas reais da Europa ficaram aterrorizadas com a revolução e iniciaram um movimento contrário que até 1814 tinha restaurado a antiga monarquia, mas muitas reformas importantes tornaram-se permanentes. O mesmo aconteceu com os antagonismos entre os partidários e inimigos da revolução, que lutaram politicamente ao longo dos próximos dois séculos.
Em meio a uma crise fiscal, o povo francês estava cada vez mais irritado com a incompetência do rei Luís XVI e com a indiferença contínua e a decadência da aristocracia do país. Esse ressentimento, aliado aos cada vez mais populares ideais iluministas, alimentaram sentimentos radicais e a revolução começou em 1789, com a convocação dos Estados Gerais em maio. O primeiro ano da revolução foi marcado pela proclamação, por membros do Terceiro Estado, do Juramento do Jogo da Péla em junho, pela Tomada da Bastilha em julho, pela
 aprovação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão em agosto e por uma épica marcha sobre Versalhes, que obrigou a corte real a voltar para Paris em outubro. Os anos seguintes foram dominados por lutas entre várias assembleias liberais e de direita feitas por apoiantes da monarquia no sentido de travar grandes reformas no país.
Primeira República Francesa foi proclamada em setembro de 1792 e o rei Luís XVI foi executado no ano seguinte. As ameaças externas moldaram o curso da revolução. As guerras revolucionárias francesas começaram em 1792 e, finalmente, apresentaram espetaculares vitórias que facilitaram a conquista da Península Itálica, dos Países Baixos e da maioria dos territórios a oeste do Reno pela França, feitos que os governos franceses anteriores nunca conseguiram realizar ao longo de séculos. Internamente, os sentimentos populares radicalizaram a revolução significativamente, culminando com a ascensão de Maximilien Robespierre, dos jacobinos e de uma ditadura virtual imposta pelo Comitê de Salvação Pública, que estabeleceu o chamado Reino de Terror entre 1793 e 1794, período no qual entre 16 mil e 40 mil pessoas foram mortas.Após a queda dos jacobinos e a execução de Robespierre, o Diretório assumiu o controle do Estado francês em 1795 e manteve o poder até 1799, quando foi substituído pelo Consulado em 1799, sob o comando de Napoleão Bonaparte.
era moderna tem se desdobrado na sombra dos ideais conquistados pela Revolução Francesa. O crescimento das repúblicas e das democracias liberais ao redor do mundo, a difusão do secularismo, o desenvolvimento das ideologias modernas e a invenção da guerra total tiveram o seu nascimento durante a revolução. Eventos subsequentes que podem ser rastreados com a revolução incluem as Guerras Napoleônicas, duas restaurações separadas da monarquia (a primeira em 1814 e a segunda, a Restauração Bourbon, em 1815), e duas revoluções adicionais (1830 e 1848) ajudaram a moldar a França moderna.
A Revolução Francesa (14/07/1789)

A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo rei Luis XVI. O primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha. A Queda da Bastilha em 14/07/1789 marca o início do processo revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da monarquia francesa.
O lema dos revolucionários era "Liberdade, Igualdade e Fraternidade ", pois ele resumia muito bem os desejos do terceiro estado francês.
Durante o processo revolucionário, grande parte da nobreza deixou a França, porém a família real foi capturada enquanto tentava fugir do país. Presos, os integrantes da monarquia, entre eles o rei Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta foram guilhotinados em 1793. O clero também não saiu impune, pois os bens da Igreja foram confiscados durante a revolução.
No mês de  agosto de 1789, a Assembleia Constituinte cancelou todos os direitos feudais que existiam e promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante documento trazia significativos avanços sociais, garantindo direitos iguais aos cidadãos, além de maior participação política para o povo.
Girondinos e Jacobinos
Após a revolução, o terceiro estado começa a se transformar e partidos começam a surgir com opiniões diversificadas. Os girondinos, por exemplo, representavam a alta burguesia e queriam evitar uma participação maior dos trabalhadores urbanos e rurais na política. Por outro lado, os jacobinos representavam a baixa burguesia e defendiam uma maior participação popular no governo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, os jacobinos eram radicais e defendiam também profundas mudanças na sociedade que beneficiassem os mais pobres.
A Fase do Terror 
Robespierre Maximilien de Robespierre: defesa de mudanças radicais

Em 1792, os radicais liderados por Robespierre, Danton e Marat assumem o poder e organização as guardas nacionais. Estas recebem ordens dos líderes para matar qualquer oposicionista do novo governo. Muitos integrantes da nobreza e outros franceses de oposição foram condenados a morte neste período. A violência e a radicalização política são as marcas desta época.
A burguesia no poder
Napoleão Bonaparte Napoleão Bonaparte: implantação do governo burguês 

Em 1795, os girondinos assumem o poder e começam a instalar um governo burguês na França. Uma nova Constituição é aprovada, garantindo o poder da burguesia e ampliando seus direitos políticos e econômico. O general francês Napoleão Bonaparte é colocado no poder, após o Golpe de 18 de Brumário (9 de novembro de 1799) com o objetivo de controlar a instabilidade social e implantar um governo burguês. Napoleão assume o cargo de primeiro-cônsul da França, instaurando uma ditadura.


estados unidos:colonização e independência

A colonização inglesa e a independência dos Estados Unidos


A primeira colônia inglesa na América foi na região da Virgínia, onde foi estabelecida uma colônia de assentamento. Chamava-se  Jamestown, por ser próxima ao rio James.

Aos poucos o processo de colonização britânico ganhou força com a política de cercamentos, que expulsou os pequenos agricultores de suas propriedades, forçando-os a buscar outras possibilidades no Novo Mundo. Ao mesmo tempo os conflitos religiosos que tomaram conta da Inglaterra após a reforma anglicana também motivaram a imigração dos puritanos ingleses para a América.

Em 1620, o navio Mayflower saiu da Inglaterra com um grupo de artesãos, pequenos burgueses, comerciantes e pequenos proprietários interessados em “fazer a América”, prosperar e praticar o protestantismo livremente. Naquele mesmo no fundaram a colônia Plymounth, atual Massachusetts, que logo se transformou no ponto inicial da chamada Nova Inglaterra.

Na região norte os colonos tiveram que superar grandes dificuldades para posteriormente consolidarem pequenas propriedades. Com uso de mão de obra livre, formaram-se comércios diversificados sustentados pela implantação da manufatura o que fez surgir um mercado consumidor.

Na região sul, as condições geográficas e climáticas, clima subtropical, solo fértil e planícies cortadas por rios navegáveis, fez surgir um modelo de colonização semelhante aos padrões ibéricos. Com o sistema de plantations, surgiram grandes propriedades monocultoras, produtoras de tabaco, algodão e arroz. A grande demanda de mão de obra favoreceu a adoção da mão de obra escrava.

A região central, de ocupação tardia, ficou caracterizada pela produção agropecuarista e manufatureira. As primeiras colônias centrais surgiam somente por volta de 1681 com a fundação das colônias do Delaware e da Pensilvânia.

O processo de independência

O sistema colonial começou a ruir. As ideias iluministas de direito à vida, à liberdade e à rebelião chegaram às colônias trazidas por jornais, livros, viajantes e jovens colonos que iam estudar na Europa. As primeiras a se revoltar foram as colônias inglesas da América do Norte.

A Inglaterra tinha pouco interesse por suas colônias americanas. Isso propiciou a liberdade de ação das colônias.

Mas uma grande mudança ocorreu após o fim da Guerra dos Setes Anos, em 1763. A Inglaterra saiu vitoriosa do conflito, porém para recuperar-se financeiramente após o período de guerra, voltou seus interesses as suas colônias norte americanas.

A princípio a Inglaterra decidiu regulamentar a ocupação das terras tomadas da França no fim da Guerra dos Sete Anos. Esse território ficava a oeste das 13 colônias, nos vales dos rios Ohio e Mississipi, e os colonos já tinham interesse nesse território, mas a coroa inglesa se opôs e declarou em 1763 que essas terras ficariam reservadas aos índios.

Os novos planos da Inglaterra incluíam reforços na cobrança de tributos. A primeira lei neste sentido foi a Lei do açúcar (1764), posteriormente a Lei do Selo (1765).
Os colonos não aceitaram as novas leis e começaram um movimento de boicote aos produtos ingleses. Diante do boicote dos colonos, os ingleses se viram obrigados a revogar as leis, mas insistiram em impor outras medidas que foram igualmente não aceitas pelos colonos.

Uma dessas novas medidas foi a Lei do Chá. Em protesto contra essa nova lei, em 1773 um grupo de colonos, disfarçados de índios, invadiram navios da Companhia das Índias e lançaram ao mar os carregamentos de chá. Esse episódio ficou conhecido como festa do chá de Boston. Em 1774 o governo britânico reagiu e fechou o porto de Boston até que os colonos pagassem o prejuízo à Companhia das Índias e aboliu as liberdades políticas de Massachusetts, eram as chamadas Leis Intoleráveis.

No mesmo ano, num primeiro congresso na Filadélfia as treze colônias decidiram boicotar novamente os produtos ingleses, porém desta vez o rei da Inglaterra George III, foi irredutível e manteve a cobrança de tributos.

Em abril de 1775, se iniciou então, uma guerra que duraria seis anos. A Guerra de Independência.

No ano seguinte, segundo congresso da Filadélfia, os deputados decidiram pela emancipação das colônias. Em 4 de abril de 1776, foi aprovada a Declaração de Independência, elaborada por Thomas Jefferson.
O exército dos colonos estava em desvantagem, porém França e Espanha forneceram apoio militar, visando prejudicar a Inglaterra. A guerra durou até 1781, quando os ingleses se renderam. Um acordo de paz foi assinado em Paris. Em 1783 a Inglaterra cedeu territórios a França e a Espanha e reconheceu a independências das treze colônias.

Em 1787, reunidos representantes das 13 ex-colônias aprovaram uma Constituição nacional e o novo país passou a se chamar Estados Unidos da América.

Os Estados Unidos inovou em adotar um regime político diferente dos países europeus. Instauraram uma República presidencialista e organizaram-se em uma federação. Isto garantia ampla autonomia dos Estados-membros, embora houvesse um poder central.

A Constituição possuía apenas sete artigos e era inspirada nos pensadores iluministas. Depois de aprovada a Constituição, elegeram o primeiro presidente, George Washington, que havia sido o comandante militar da Guerra de Independência.

A independência dos Estados Unidos foi um marco nos tempos modernos. Significou um golpe no sistea colonial, inspirou as outras colônias americanas à independência e contribuiu para a Revolução Francesa.

revolução industrial

Revolução Industrial foi a transição para novos processos de manufatura no período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Esta transformação incluiu a transição de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas, a fabricação de novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro, maior eficiência da energia da água, o uso crescente da energia a vapor e o desenvolvimento das máquinas-ferramentas, além da substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão. A revolução teve início no Reino Unido e em poucas décadas se espalhou para a Europa Ocidental e os Estados Unidos.
A Revolução Industrial é um divisor de águas na história e quase todos os aspectos da vida cotidiana da época foram influenciados de alguma forma por esse processo. Em particular, a renda média e a população começaram a experimentar um crescimento sustentado sem precedentes históricos. Nas palavras de Robert E. Lucas Jr., ganhador do Prêmio Nobel: "Pela primeira vez na história os padrões de vida das massas de pessoas comuns começaram a se submeter a um crescimento sustentado ... Nada remotamente parecido com este comportamento econômico é mencionado por economistas clássicos, até mesmo como uma possibilidade teórica.
O início e a duração da Revolução Industrial variam de acordo com diferentes historiadores. Eric Hobsbawm considera que a revolução "explodiu" na Grã-Bretanha na década de 1780 e não foi totalmente percebida até a década de 1830 ou de 1840,enquanto T. S. Ashton considera que ela ocorreu aproximadamente entre 1760 e 1830. Alguns historiadores do século XX, como John Clapham e Nicholas Crafts, têm argumentado que o processo de mudança econômica e social ocorreu de forma gradual e que o termo "revolução" é equivocado. Este ainda é um assunto que está em debate entre os historiadores.
PIB per capita manteve-se praticamente estável antes da Revolução Industrial e do surgimento da economia capitalista moderna A revolução começou uma era de forte crescimento econômico nas economias capitalisteas  existe um consenso entre historiadores econômicos de que o início da Revolução Industrial é o evento mais importante na história da humanidade desde a domesticação de animais e plantas. A Primeira Revolução Industrial evoluiu para a Segunda Revolução Industrial, nos anos de transição entre 1840 e 1870, quando o progresso tecnológico e econômico ganhou força com a adoção crescente de barcos a vapor,navios, ferrovias, fabricação em larga escala de máquinas e o aumento do uso de fábricas que utilizavam a energia a vapor

O pioneirismo britânico

Reino Unido foi pioneiro no processo da Revolução Industrial por diversos fatores:
  • Pela aplicação de uma política econômica liberal desde meados do século XVIII. Antes da liberalização econômica, as atividades industriais e comerciais estavam cartelizadas pelo rígido sistema de guildas, razão pela qual a entrada de novos competidores e a inovação tecnológica eram muito limitados. Com a liberalização da indústria e do comércio ocorreu um enorme progresso tecnológico e um grande aumento da produtividade em um curto espaço de tempo.
  • O processo de enriquecimento britânico adquiriu maior impulso após a Revolução Inglesa, que forneceu ao seu capitalismo a estabilidade que faltava para expandir os investimentos e ampliar os lucros.
  • A Grã-Bretanha firmou vários acordos comerciais vantajosos com outros países. Um desses acordos foi o Tratado de Methuen, celebrado com a decadência da monarquia absoluta portuguesa, em 1703, por meio do qual conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos no mercado português.
  • A Grã-Bretanha possuía grandes reservas de ferro e de carvão mineral em seu subsolo, principais matérias-primas utilizadas neste período. Dispunham de mão-de-obra em abundância desde a Lei dos Cercamentos de Terras, que provocou o êxodo rural. Os trabalhadores dirigiram-se para os centros urbanos em busca de trabalho nas manufaturas.
  • A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, adquirir matérias-primas e máquinas e contratar empregados.
Para ilustrar a relativa abundância do capital que existia na Inglaterra, pode se constatar que a taxa de juros no final do século XVIII era de cerca de 5% ao ano; já na China, onde praticamente não existia progresso econômico, a taxa de juros era de cerca de 30% ao ano.

Efeitos sociais

Na esfera social, o principal desdobramento da Revolução Industrial foi a transformação nas condições de vida nos países industriais em relação aos outros países da época, havendo uma mudança progressiva das necessidades de consumo da população, à medida que novas mercadorias foram sendo produzidas.
A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades, criando enormes concentrações urbanas. A população de Londres passou de 800.000 habitantes em 1780 para mais de 5 milhões em 1880, por exemplo. No início da Revolução Industrial, os operários viviam em péssimas condições de vida e trabalho. O ambiente das fábricas era insalubre, assim como os cortiços onde muitos trabalhadores viviam. A jornadas de trabalho chegava a 80 horas semanais, e os salários variavam em torno de 2,5 vezes o nível de subsistência. Para mulheres e crianças, submetidos ao mesmo número de horas e às mesmas condições de trabalho, os salários eram ainda mais baixos.
A produção em larga escala e dividida em etapas iria distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores passava a dominar apenas uma etapa da produção, mas sua produtividade ficava maior. Como a produtividade do trabalho aumentava os salários reais dos trabalhadores ingleses aumentaram em mais de 300% entre 1800 até 1870.Devido ao progresso ocorrido nos primeiros 90 anos de industrialização, em 1860 a jornada de trabalho na Inglaterra já se reduzia para cerca de 50 horas semanais (10 horas diárias em cinco dias de trabalho por semana).
Horas de trabalho por semana para trabalhadores adultos nas indústrias têxteis
  • 1780 - em torno de 80 horas por semana
  • 1820 - 67 horas por semana
  • 1860 - 53 horas por semana
  • 2007 - 46 horas por semana
Segundo a teoria marxista, o salário corresponde ao custo de reprodução da força de trabalho, ou seja, ao valor mínimo necessário para que o trabalhador sobreviva. Esse nível mínimo de subsistência varia historicamente. Os trabalhadores, notadamente a partir do século XIX, passaram a pressionar os seus patrões, reivindicando melhores condições de trabalho, maiores salários e crescentes reduções da jornada de trabalho. Com maiores salários, o conjunto dos trabalhadores pôde também elevar o seu nível de consumo, tornando possível a produção em massa de bens de consumo.

Consequências

A partir da Revolução Industrial o volume de produção aumentou extraordinariamente: a produção de bens deixou de ser artesanal e passou a ser maquinofaturada; as populações passaram a ter acesso a bens industrializados e deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho. As fábricas passaram a concentrar centenas de trabalhadores, que vendiam a sua força de trabalho em troca de um salário.
Outra das consequências da Revolução Industrial foi o rápido crescimento econômico. Antes dela, o progresso econômico era sempre lento (levavam séculos para que a renda per capita aumentasse sensivelmente), e após, a renda per capita e a população começaram acrescer de forma acelerada nunca antes vista na história. Por exemplo, entre 1500 e 1780 a população da Inglaterra aumentou de 3,5 milhões para 8,5, já entre 1780 e 1880 ela saltou para 36 milhões, devido à drástica redução da mortalidade infantil.
A Revolução Industrial alterou completamente a maneira de viver das populações dos países que se industrializaram. As cidades atraíram os camponeses e artesãos, e se tornaram cada vez maiores e mais importantes.
Na Inglaterra, por volta de 1850, pela primeira vez em um grande país, havia mais pessoas vivendo em cidades do que no campo. Nas cidades, as pessoas mais pobres se aglomeravam em subúrbios de casas velhas e desconfortáveis, com condições horríveis de higiene e salubridade, se comparadas com as habitações dos países industrializados hoje em dia. Mas representavam uma grande melhoria se comparadas as condições de vida dos camponeses, que viviam em choupanas de palha. Conviviam com a falta de água encanada, com os ratos, o esgoto formando riachos nas ruas esburacadas.
À medida que a Revolução Industrial se desenvolveu, a produção manufatureira britânica saltou à frente da de outras grandes economias.
O trabalho do operário era muito diferente do trabalho do camponês: tarefas monótonas e repetitivas.
A vida na cidade moderna significava mudanças incessantes. A cada instante, surgiam novas máquinas, novos produtos, novos gostos, novas modas.
Estudos sobre as variações na altura média dos homens no norte da Europa, sugerem que o progresso econômico gerado pela industrialização demorou varias décadas até beneficiar a população como um todo. Eles indicam que, em média, os homens do norte europeu durante o início da Revolução Industrial eram 7,6 centímetros mais baixos que os que viveram 700 anos antes, na Alta Idade Média. É estranho que a altura média dos ingleses tenha caído continuamente durante os anos de 1100 até o início da revolução industrial em 1780, quando a altura média começou a subir. Foi apenas no início do século XX que essas populações voltaram a ter altura semelhante às registradas entre os séculos IX e XI