segunda-feira, 14 de outubro de 2013

império bizantino

Ficheiro:The Byzantine State under Justinian I-pt.svg
mapa do império bizantino
Império Bizantino foi a continuação do Império Romano durante a Antiguidade Tardia e Idade Média. Sua capital foi Constantinopla (moderna Istambul), originalmente conhecida com Bizâncio. Inicialmente parte oriental do Império Romano (frequentemente chamada de Império Romano do Oriente no contexto), sobreviveu à fragmentação e ao colapso do Império Romano do Ocidente no século V e continuou a prosperar, existindo por mais mil anos até sua queda diante da expansão dos turcos otomanos em 1453 As fronteiras do império mudaram muito ao longo de sua existência, que passou por vários ciclos de declínio e recuperação. Durante o reinado de Justiniano(r. 527–565), alcançou sua maior extensão após reconquistar muito dos territórios mediterrâneos antes pertencentes à porção ocidental do Império Romano, incluindo o norte da África, península Itálica e parte da península Ibérica. Durante o reinado de Maurício (r. 582–602), as fronteiras orientais foram expandidas e o norte estabilizado. Contudo, seu assassinato causou um conflito de duas décadas com o Império Sassânida que exauriu os recursos do império e contribuiu para suas grandes perdas territoriais durante as invasões muçulmanas do século VII. Durante a dinastia macedônica (século X–XI), o império expandiu-se novamente e viveu um renascimento de dois séculos, que chegou ao fim com a perda de grande parte daÁsia Menor para os turcos seljúcidas após a derrota na batalha de Manziquerta(1071).
No século XII, durante a Restauração Comnena, o império recuperou parte do território perdido e restabeleceu sua dominância. No entanto, após a morte de Andrônico I Comneno (r. 1183–1185) e o fim da dinastia comnena no final do século XII, o império entrou em declínio novamente. Recebeu um golpe fatal em 1204, no contexto da Quarta Cruzada, quando foi dissolvido e dividido em reinos latinos e gregos concorrentes. Apesar de Constantinopla ter sido reconquistada e o império restabelecido em 1261, sob os imperadores paleólogos, o império teve que enfrentar diversos estados vizinhos rivais por mais 200 anos para sobreviver. Paradoxalmente, este período foi o mais produtivo culturalmente de sua história.Sucessivas guerras civis no século XIV minaram ainda mais a força do já enfraquecido império e mais territórios foram perdidos nas guerras bizantino-otomanas, que culminaram na Queda de Constantinopla e na conquista dos territórios remanescentes pelo Império Otomano no século XV.

Nomenclatura

A designação do império como "bizantino" surgiu na Europa Ocidental em 1557, quando o historiador alemão Hieronymus Wolf publicou sua obra Corpus Historiæ Byzantinæ, uma coleção de fontes bizantinas. "Bizantino" em si vem de "Bizâncio" (uma cidadegrega, fundada por colonos de Mégara em 667 a.C.), o nome da cidade de Constantinopla antes de se tornar a capital do império sob Constantino. Este antigo nome da cidade raramente seria utilizado a partir daquele evento, exceto no contexto poético ou histórico. A publicação, em 1668, de Bizantino du Louvre (Corpus Scriptorum Historiæ Byzantinæ), e em 1680 da História Bizantina de Du Cangepopularizou o uso de Bizantino em autores franceses, como Montesquieu.

Divisão do Império Romano

Em 293, Diocleciano (r. 284–305) criou um novo sistema administrativo, a Tetrarquia.Após a abdicação de Diocleciano e Maximiano (r. 286–308), no entanto, a tetrarquia entrou em colapso, e Constantino (r. 306–337), substituiu-a pelo princípio dinástico de sucessão hereditária. Escolheu a antiga cidade de Bizâncio como nova capital imperial, refundando-a em 330 como "Nova Roma" (adquiriria posteriormente o nome Constantinopla), pois estava bem situada nas rotas comerciais que passavam pelos mares Negro e Mediterrâneo, ligando o Oriente e o Ocidente. Constantino fez muitas mudanças nas instituições civis, militares, administrativas e religiosas.Baseando-se nas reformas administrativas introduzidas por Diocleciano, estabilizou a moeda (o soldo de ouro que introduziu tornou-se uma moeda altamente valorizada e estável) e fez alterações na estrutura do exército.Embora não o tenha tornado a religião oficial do Estado, o cristianismo gozava da preferência imperial, uma vez que Constantino concedeu-lhe generosos privilégios.Ele estabeleceu o princípio de que os imperadores não deveriam resolver questões de doutrina, mas deviam convocar concílios eclesiásticos gerais para esse efeito. O Primeiro Concílio de Arles foi convocado por Constantino, e o Primeiro Concílio de Niceia apresentou sua reivindicação para ser a cabeça da Igreja.

Reconquista das províncias ocidentais

Justiniano em um dos famosos mosaicos da Basílica de São Vital, Ravena
rei justiniano
Basílica de Santa Sofia.
basilica de santa sofia
Em 527, assumiu o trono imperial Justiniano (r. 527–565), sobrinho do então imperador Justino I(r. 518–527). Em 529, uma comissão de dez homens presidida por João da Capadócia eTriboniano revisou o código legal romano e criou uma nova codificação de leis e extratos de juristas; em 534, o código foi atualizado e, juntamente com os Novellae Constitutiones (decretos promulgados por Justiniano até 534), formou o sistema legal usado durante a maior parte do período bizantino. Em 532, com a morte do  Cavades I (r. 488–531), Justiniano firmou a chamada Paz Eterna com o seu filho e sucessor, Cosroes I (r. 531–579), concluindo assim a Guerra Ibérica que havia sido iniciada em 526. No mesmo ano, o imperador sobreviveu a uma revolta em Constantinopla (a Revolta de Nika), que terminou com a morte de cerca de 30 a 35 mil manifestantes.Esta vitória consolidou o poder de Justiniano. No rescaldo do evento, o imperador empreendeu um extenso programa de reparação e ampliação dos edifícios danificados, entre os quais, o mais famoso, a Basílica de Santa Sofia, que perdurou até à atualidade como um dos principais monumentos da arquitetura bizantina.
imperio bizantino a 600 d.c
O reinado de Justiniano foi caracterizado por uma série de guerras contra os poderes germânicos ocidentais que culminaria na reconquista de vastas porções do então findado Império Romano do Ocidente. Este período de reconquistas se iniciou em 533, quando o general Belisário foi enviado para recuperar a antiga província da África Proconsular dos vândalos, que a controlavam desde 429
Em 541, quando Justiniano estava empenhado em suas campanhas ocidentais, o xá Cosroes I resolveu quebrar a Paz Eterna e declarar guerra. A chamada Guerra Lázica começou com inúmeras escaramuças e cercos na frente mesopotâmica, sendo transferida, a partir de 548, para Lázica por influência do rei local Gubazes II (r. 541–555), arrastando-se até 561, quando concluiu-se a chamada Paz de 50 anos

Dinastia heracliana

imperio bizantino a 650 d.c
Durante os séculos VI e VII, o império foi atingido por uma série de epidemias, que foram bastante devastadoras para a população e contribuíram para um declínio econômico significativo e e para o enfraquecimento do império.Sob Teodósio II, o excedente do tesouro que havia sido acumulado desde Justino II foi gasto com sua magnanimidade e campanhas,o que forçou Maurício a adotar medidas fiscais estritas e cortes nos pagamentos do exército, o que ocasionou vários motinsO último deles, em 602, causou o assassinato de Maurício pelo oficial trácio Focas (r. 602–610). Depois do assassinato de Maurício, Cosroes II usou este pretexto para recomeçar as hostilidades com o Império Bizantino

Da dinastia isauriana à ascensão de Basílio I

Leão III, o Isáurio (r. 717–741) voltou a combater os árabes em 718, alcançando a vitória com a importante ajuda do cã búlgaro Tervel, que matou 32 mil árabes com seu exército. Ele também se dirigiu à tarefa de reorganizar e consolidar os themata da Ásia Menor. Seu sucessor,Constantino V Coprônimo (r. 741–775), alcançou notáveis vitórias no norte da Síria, e minou completamente o poder do Império Búlgaro Em 797,Irene (r. 797–802) tornou-se a primeira mulher a ocupar o trono No Natal do ano 800, com o pretexto da ausência de um imperador do sexo masculino no trono de Constantinopla, e por razões de conveniência, o papa Leão III coroou Carlos Magno (r. 768–814) como imperador do Ocidente.Em Constantinopla, isto foi visto como sacrilégio. Em 802, Carlos Magno enviou embaixadores a Constantinopla propondo casamento com Irene, mas, de acordo com Teófanes o Confessor, o plano foi frustrado por Aécio, um dos favoritos de Irene.

Guerras contra o Império Búlgaro

Derrota bizantina em Bulgarófigo
O império após as conquistas de Basílio II
A luta tradicional com a Sé de Roma continuou até o período macedônico, estimulada pela questão da supremacia religiosa sobre a recém-cristianizada Bulgária. Após 80 anos de paz entre os dois Estados, o poderoso tsar búlgaro Simão I invadiu o império em 854, mas foi repelido pelos bizantinos, que usaram a sua frota para para atacar a retaguarda búlgara navegando pelo mar Negro e contando com o apoio do magiares.Contudo, os bizantinos foram derrotados na batalha de Bulgarófigo em 896 e concordaram em pagar tributos anuais para os búlgaros.Com a morte de Leão VI, o Sábio em 912, as hostilidades logo recomeçaram, com Simão marchando sobre Constantinopla à frente de um grande exército.Com a morte de Leão VI, o Sábio em 912, as hostilidades logo recomeçaram, com Simão marchando sobre Constantinopla à frente de um grande exército. O império enfrentava agora o problema de um poderoso Estado cristão a uma distância de poucos dias de marcha de Constantinopla
Uma grande expedição militar bizantina sob Leão Focas e Romano I Lecapeno (r. 920–944) terminou novamente com uma derrota esmagadora nabatalha de Anquialo (917) e no ano seguinte os búlgaros estavam livres para devastar o norte da Grécia até Corinto. Adrianópolis foi novamente capturada em 923 e um exército búlgaro cercou Constantinopla em 924. A situação dos Bálcãs só melhorou após a morte súbita de Simão em 927 e o subsequente colapso do poder búlgaro. A Bulgária e o Império Bizantino entraram então em um longo período de relações pacíficas, o que libertou o império para se concentrar na frente oriental contra os muçulmanos. Em 968, aBulgária foi invadida pelos Rus' sob Sviatoslav I de Kiev (r. 960–972), mas três anos depois o imperador João I Tzimisces os derrotou na batalha de Dorostolo e incorporou o leste da Bulgária ao império.
A resistência búlgara se reacendeu sob os dinastia Cometopuli ("filhos do conde"), mas o novo imperador Basílio II (r. 976–1025) fez da submissão dos búlgaros seu objetivo principal. Sua primeira expedição contra a Bulgária, no entanto, resultou em uma derrota humilhante nas Portas de Trajano. Nos anos seguintes, o imperador esteve preocupado com revoltas internas na Anatólia, enquanto os búlgaros expandiam seu reino nos Bálcãs. A guerra se prolongou por quase 20 anos. As vitórias bizantinas de Esperqueu e Escópiaenfraqueceram decisivamente o exército búlgaro, e Basílio metodicamente reduziu as fortalezas búlgaras em campanhas anuais. Posteriormente, na batalha de Clídio, em 1014, os búlgaros foram completamente derrotados. Em 1018, os últimos redutos dos búlgaros tinham se rendido e a região se tornou parte do Império Bizantino Essa vitória restaurou a fronteira do Danúbio, algo que não ocorria desde os tempos do imperador Heráclio.

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